Cruz Vermelha Brasileira homenageia bisneta de seu fundador

22/03/2017 Por: Jorge Velloso Fotos: Leonardo Ali e Carlos Damasceno

Cruz Vermelha Brasileira homenageia bisneta de seu fundador (1) Cruz Vermelha Brasileira homenageia bisneta de seu fundador (2)Quando foi fotografada com o certificado de amigos da Cruz Vermelha Brasileira (CVB), no aniversário de 11 anos da filial do Rio de Janeiro da centenária instituição de ajuda humanitária, Carla Thaumaturgo de Azevedo Dreux e Brito Lyra contou que aquele “clique” lhe fez lembrar um outro da foto que estava na parede atrás dela, “onde aparece meu bisavô”. O fotografado é Gregório Thaumaturgo de Azevedo”, que presidiu a CVB entre 1908 e 1918.

A visita de Carla à sede nacional da instituição foi um emocionante passeio no tempo. Com lágrimas nos olhos, ela viu, no salão diplomático, a galeria de fotos dos presidentes, onde Thaumaturgo é o terceiro, logo atrás do idealizador da instituição Joaquim Botelho, e de Oswaldo Cruz, que, entre 1907 e 1908, esteve no comando da CVB antes que a ata de fundação ratificasse sua existência.

Quando a ata de fundação da CVB foi redigida, em 5 de dezembro de 1908, Thaumaturgo de Azevedo já presidia a instituição. Por isso, Carla fez questão de posar ao lado da foto onde aparece a reprodução do documento com a assinatura do seu bisavô.

História
Membro do grupo de fundadores, Thaumaturgo de Azevedo participou ativamenteCruz Vermelha Brasileira homenageia bisneta de seu fundador (3) das reuniões para a criação da Cruz Vermelha no Brasil, em 1907. Eleito presidente, trabalhou para obter o reconhecimento da instituição junto ao governo brasileiro e ao Comitê Internacional de Cruz Vermelha, em Genebra. Com seu prestígio político, conseguiu que o Congresso Nacional autorizasse o governo a conceder à CVB um terreno no centro do Rio, para construção do então hospital da Cruz Vermelha Brasileira, hoje sede nacional da instituição. Expandiu a ideia de Cruz Vermelha criando filiais em diversos estados do país. A primeira delas foi em São Paulo, em 1912. Também criou o Comitê das Damas da CVB e inaugurou a primeira escola de enfermagem profissionalizante do país.

Toda a vida do marechal Thaumaturgo de Azevedo foi marcada por intensa atividade, à serviço da pátria e das instituições. Foi um dos principais responsáveis pela incorporação do estado do Acre ao Brasil. Além de militar e engenheiro, bacharelou-se em matemática, ciências físicas e ciências jurídicas e sociais. Nos primeiros tempos da República, foi governador do Amazonas, comandou regiões Militares e exerceu a presidência do seu estado natal, o Piauí. Também chefiou a comissão de limites entre o Brasil e a Bolívia, além de ter sido sócio benemérito e presidente da Sociedade Brasileira de Geografia, sócio benemérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e membro da Sociedade Acadêmica de História Internacional de Paris. Homem de visão, distinguiu-se como político, militar e administrador.

A administradora Carla conta que a principal imagem que a família lhe transmitiu do bisavô é a de um “homem sério, honesto e muito inteligente”. A bisneta de Thaumaturgo Azevedo lembra que a paixão dele pela astronomia inspirou a escolha dos nomes de seus oito filhos. Todos com nomes de constelações. O único homem, Ariosto, morreu ainda jovem, levando Thaumaturgo de Azevedo a viver em uma casa cheia de mulheres.

Carla revela também um outro motivo de orgulho: é a única parente viva que carrega o nome do bisavô falecido em 23 de agosto de 1921. No apartamento no Leme, bairro onde Thaumaturgo de Azevedo também morou no Rio de Janeiro, a administradora guarda alguns objetos que pertenceram a ele, como medalhas de homenagens cunhadas pelo exército brasileiro e a placa que recebeu da CVB, feita em metal com a reprodução da sua imagem e a inscrição “presidente da Cruz Vermelha Brasileira”.

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